quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Situação da Reforma Agrária no País


Em todo o Brasil ainda estão acampadas em torno de 60 mil famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Apresentando, portanto, a situação atual de lentidão da reforma agrária. Essa lentidão para se fazer a desapropriação das áreas improdutivas se deve ao Poder Judiciário, que é um entrave para a Reforma Agrária.  
            A luta pela terra em nosso país começa quando os portugueses dividiram às terras dos povos indígenas que aqui habitavam em Sesmarias que dava o direito a apropriação do território brasileiro as pessoas próximas ao Rei de Portugal  A posse privada da terra continua a mesma desde 1500, quando nossas terras foram invadidas pelos portugueses, mas agora ela age sobre a forma do latifúndio que dá a posse de grandes extensões de terras a um único proprietário. Se verifica que houve apenas uma mudança de sinônimo de Sesmaria para Latifúndio, a forma de apropriação privada da terra continua a mesma, só aumentou o número de grandes proprietários de terras no Brasil.
            Para transformar essa situação de distribuição de terras para uma pequena parcela da sociedade é que o movimento sem terra que vem lutando em sua caminhada contra o latifúndio e qualquer forma de exploração do trabalho. Ainda existem somente no Paraná mais de 5.500 famílias em acampamentos do MST, à espera da reforma agrária. Apesar de estar previsto na constituição de 1988 que comete a união desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, é muito lento o processo de desapropriação das terras no país.
            É muito ágil para soltar decretos de despejos de áreas ocupadas e para julgar recursos de latifundiários, mas muito devagar para assinar as desapropriações de áreas que não cumprem a função social. A estimativa é de que 193 áreas se encontram com processos judiciais que impedem aquisição pelo INCRA. São mais de 986 mil hectares de terras, em todo o país, que dependem da justiça para a sua liberação para a Reforma Agrária.
            Nesses 28 anos do MST, foram assentadas no Paraná, mais de 19 mil famílias, distribuídas em 311 assentamentos em 130 municípios do estado. A reforma agrária para essas famílias não representa somente a terra agora cumprindo sua função social, que desenvolve a agricultura e o trabalho humano no contato com a vida. Mas representa a dignidade resgatada pelos anos vividos a margem da sociedade, sofrendo as mais diversas formas de exploração.
            O ano de 2012 não foi favorável para a reforma agrária que se encontrada paralisada no Paraná, em que nenhuma área improdutiva foi desapropriada. No ano anterior 2011, o número de famílias assentadas foi de 637 no Paraná. Sendo que a nível de Brasil foram assentadas 1.651 famílias organizadas no MST. Esses números apresentam uma lentidão na criação de assentamentos e insuficiência de políticas para o desenvolvimento dos assentamentos.
            Mesmo com a reforma agrária paralisada o movimento sem terra não parou em suas lutas, o ano de 2012 foi um dos anos que o movimento mais se mobilizou para reivindicar a liberação imediata dos assentamentos no Paraná. Todas as jornadas de lutas do 8 de março, o abril vermelho, a cúpula dos povos, o encontro unitário dos camponeses, os sem terrinhas e os atos realizados nos assentamentos e acampamentos, tiveram como pauta comum a agilidade na reforma agrária.
            Frente ao capitalismo o movimento se posicionou contra sua expansão no campo, as iniciativas para o desenvolvimento da agroecologia vem só aumentando nos assentamentos, cada vez mais cresce o número de alimentos orgânicos comercializando na compra direta do PNAE ou nas feiras orgânicas das cidades.

Renovação da ATER para 2013


Um avanço para a reforma agrária nesse ano foi a renovação do contrato de Assistência Técnica para os assentamentos da região. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) renovou o contrato de Assistência Técnica em Extensão Rural (ATER) com o CEAGRO para o ano de 2013.
O contrato foi ampliando para os Assentamentos Marcos Freire, 8 de Junho e Bugre Morto. A equipe de ATER agora conta com 13 técnicos dentre agronômos, engenheiros florestais e técnicos agrícolas que vão dar o suporte necessário para às famílias assentadas desenvolverem a agroecologia em seus lotes.
            O trabalho de assistência técnica é fruto de um convênio entre CEAGRO e INCRA, que acompanha as iniciativas produtivas e que contribuem para o desenvolvimento econômico e social dos assentamentos do Movimento Sem Terra (MST). As ações da assistência técnica, possuem um grande enfoque baseado nos princípios da agroecologia a fim de apoiar o processo sustentável das atividades agropecuárias e agrícolas nos assentamentos, pois além do aspecto econômico, a produção de alimentos é importante para garantir a soberania alimentar das famílias.
            Nos assentamentos Ireno Alves dos Santos e Marcos Freire, a equipe de assistência técnica está trabalhando desde o dia 23 de novembro para atender a demanda das famílias. Para os assentamentos Bugre Morto e 8 de Junho às atividades da assistência iniciaram no dia 26. Visando o fortalecimento das atividades nesses assentamentos a equipe técnica trabalha de forma integrada e dialogada para desenvolver cada vez mais a produção humana e orgância no território da Cantuquiriguaçu.

Parceria entre os mercados COOPERA e o COPERJUNHO


Começou nesse ano de 2012 uma nova parceria entre os Mercados COOPERA e a cooperativa COPERJUNHO, do assentamento 8 de Junho em Laranjeiras do Sul. Esta união entre as duas cooperativas fazem parte do Grupo Cooperativo da Reforma Agrária.
 A parceira entre os mercados e a cooperativa de panifícios começou em outubro, e já apresenta sinais de mudanças que permite a promoção dos alimentos da Reforma Agrária produzidos pelas mãos dos próprios assentados e a comercialização desses produtos nos mercados que geram renda para essas famílias.
            Essa integração possibilita o desenvolvimento da cooperação que começa com a relação direta entre produtor e consumidor, onde os trabalhadores dos mercados vão estar dispostos a ouvir opiniões e sugestões dos consumidores, para repassar as mulheres da cooperativa para uma melhorar produção. Assim, cria-se um vínculo entre os trabalhadores por meio dessa cooperação aumentando o desenvolvimento econômico, produtivo e social.
            Os produtos disponivéis nos mercados de Rio Bonito do Iguaçu e Nova Laranjeiras, para a venda são de pães e bolos. Em breve a intenção dos mercados é fornecer a matéria-prima para o COPERJUNHO aumentar sua produção. A integração vai possibilitar cada vez mais o desenvolvimento dos assentamentos e será uma experiência bem sucedida para ser levada a outros áreas da Reforma Agrária, sendo um incentivo para abertura de agroindústrias e cooperativas.